Prefácio

Este Blog destina-se a falar de veleiros, navegadores, e também contar as aventuras do nosso veleiro Bella Mar. O Bella Mar é um veleiro MB 45´construído em Porto Alegre pelo sr. José Carlos Cristini, de quem eu adquiri o barco em outubro de 2010. A construção do Bella Mar, que chamava-se Paradoxo, teve início em 1998 e terminou em 2003. Na sua construção foram usados reforços extras além de placas de Divinicell no convéz e costado. A carpintaria foi feita pela Barcosul. A quilha, agora de chumbo, e o leme foram re-projetados pelo Carabelli, e o seu novo calado é de 1,65m. a mastreação, fabricada pela Farol Náutica, também teve a sua altura reduzida em 2 m, e tem armação em Cutter com cruzetas anguladas. ________________________________________________________________________ Bons Ventos a Todos, ______________________ Munir Ricardo Alle

6 de fev. de 2012

Rolex Clássic 2012

Este ano a Rolex Classic estava melhor do que nunca. Mais de 30 barcos antigos reunidos para as regatas e também, é claro, exibir suas belas linhas num verdadeiro desfile de beleza.

Estive mais uma vez a bordo da Atrevida que, como de costume, fez muito bonito em Punta del Este.

Na primeira regata (Praia Mansa) largamos de forma bem competitiva. O vento era quase de través na largada e foi muito complicado com toda o flotilha, barcos de todos os lados. Um chegou a pedir água. Nós respondemos que não poderíamos alterar o nosso rumo por causa de outros barcos a barlavento de nós e também pela própria dificuldade de se alterar o rumo de um barco de 106 pés construído em 1923 e que pesa 90 Toneladas. Se ele quisesse pedir água era melhor que estivesse usando colete salva vidas. Na nossa proa, um barco de uns 32 pés resolveu orçar para não ficar a sotavento. Foi uma decisão muto arriscada fomos forçados a arribar para não bater nele, e o Gurupés da Atrevida passou a uns 20 cm do meio da mezena do barco e avançou por cima da popa deste (foto a cima). Logo após a largada deixamos toda a Flotilha para tráz e fomos Fita Azul seguidos pelo Fortuna da Armada Argentina. Ao final da Regata a tripulação do fortuna passou ao nosso lado e aplaudiu-nos, num ato muito elegante.

Já na segunda regata as condições eram outras. Receosos com o que tinha acontecido no primeiro dia, largamos mais para traz, em último. As condições eram mais perigosas, o vento era muito forte e as ondas no canal do porto, local da largada chegavam a mais 2 metros e bem curtas. Deixamos para subir a vela Fisherman e a entremastros depois da largada. Seria ainda uma boa regata, pois o vento era bem forte. Só que o nosso tático (excelente, por sinal) tinha ainda algumas falhas de comunicação. Uma delas era a de não ouvir ninguém. Eu, o Carlinhos e mais alguém, que não me lembro quem era, avisamos várias vezes que faltava a escota de barlavento da Fisherman. Assim ele ignorou a todos e mandou a vela pra cima. Quando esta já estava em cima ele informou o que todos já sabiam, que iríamos dar um jaibe na bóia da praia mansa. Daí eu perguntei novamente: Como você pretende caçar a vela no outro bordo sem a escota? Vc tem alguma técnica especial que eu não conheço? Então tornamos a abaixar a vela e fazer todo o processo novamente. Neste meio tempo, andávamos no último bloco junco com os menores barcos, enquanto o Fortuna, o Chipino, o Horizonte e o Sonny (barcos mais rápidos) abriam uma grande margem. Ainda estaria tudo bem, se a regata não tivesse sido encurtada. Conseguimos chegar em segundo e quem levou a Fita Azul foi o Fortuna (foto a cima). A nós coube aplaudi-los, e depois fazer uma reunião com a tripulação para melhorarmos as comunicação a bordo.

Na terceira Regata (La Barra) Largamos bem, assumimos a ponta no início. Na segunda perna, um longa orça até a Isla de los Lobos perdemos a posição para o Sonny (foto ao lado), barco do Germann Frers, pois ele orçava muito e nós tivemos que sangrar muito a bóia para não termos que dar bordos (que seria ainda pior). Logo recuperamos a posição e ganhamos com larga margem. As manobras foram perfeitas e a tripulação mostrou que estava bem entrosada.

No último dia ( Isla Gorriti) largamos junto com a Flotilha com vento fraco e ficamos muito tempo em 5o lugar. Na Frente estava o Fortuna, seguido pelo Orizonte, Chipino e Sonny. Fomos assim até Punta Ballena para onde seguíamos em um bordo em popa com Spi. Lá o vento começou a arribar e os lideres caíram muito. Tiramos o balão rapidamente e orçamos para a bóia, deixando o Fortuna para traz, encostamos no Horizonte, o qual passamos logo após a montagem da bóia e nos aproximamos do Sonny e o Chipino que orçam muito. Claro que a volta era de contra vento. O Chipino e o Sonny optaram pelo bordo da praia onde há menos corrente. Nós, por motivo de calado tivemos que ir pelo meio da baía, onde tinha corrente contra, mas tinha mais vento e mais rajadas. Conseguimos montar a bóia da praia mansa próximo ao Sonny que passamos logo depois. O Chipino estava muito a frente, e achamos que não conseguiríamos alcançá-lo,

Contudo a nossa sorte havia mudado, o vento foi aumentando e arribando, dando-nos as condições ideais. Nas rajadas a Atrevida chegou a adernar mais de 30 graus. O Atila estava com medo que viesse tudo a baixo e ordenou todos para barlavento. O Fábio ficou na escota da genoa a sota e numa das adernadas ele ficou mais de 30 segundos competamente mergulhado se agarrando na escota da genoa que não estava presa no selftailing A água batia na catraca e nele levantando um leque de mais de um metro e meio de altura, pois o barco velejava a onze nós. Trimavamos o barco como se fosse um monotipo caçando, soltando, arribando e orçando a cada rajada. Tudo orquestrado pelo Gabi o nosso tático. Foi um final de regata emocionante e passamos o Chipino quase em cima da linha. Ganhamos por 8 segundos.

Agora vamos aguardar o Rolex Classic de 2013, ano em que esta jovem e Atrevida Senhora completará 90 anos.

 






Um comentário:

  1. Muy buen relato Munir !!!
    Es como estar abordo !!!
    THANKS FOR SHARING !
    y BONS VENTOS ! Los espero para navegar !!
    Abrazos a los dos !

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