Prefácio

Este Blog destina-se a falar de veleiros, navegadores, e também contar as aventuras do nosso veleiro Bella Mar. O Bella Mar é um veleiro MB 45´construído em Porto Alegre pelo sr. José Carlos Cristini, de quem eu adquiri o barco em outubro de 2010. A construção do Bella Mar, que chamava-se Paradoxo, teve início em 1998 e terminou em 2003. Na sua construção foram usados reforços extras além de placas de Divinicell no convéz e costado. A carpintaria foi feita pela Barcosul. A quilha, agora de chumbo, e o leme foram re-projetados pelo Carabelli, e o seu novo calado é de 1,65m. a mastreação, fabricada pela Farol Náutica, também teve a sua altura reduzida em 2 m, e tem armação em Cutter com cruzetas anguladas. ________________________________________________________________________ Bons Ventos a Todos, ______________________ Munir Ricardo Alle

5 de mar. de 2012

Piriápolis

No dia 22 de fevereiro, uma quarta feira, eu e a minha esposa decidimos levar o Bella Mar para Piriápolis, porto muito conhecido a oeste de Punta del Este em direção a Montevideo. A cidade é muito bonita e organizada. Ela é menos sofisticada do que Punta Del Este, o que a torna mais barata também.

A viagem começou as 1000hs com céu claro e algumas nuvens. No dia anterior soprara um forte vento sul, e as ondulações eram bem grandes, contudo naquela quarta feira o vento estava calmo até de mais para o meu gosto. Fizemos toda a burocracia junto a Hidrografia e Prefectura Naval, e depois de todos os carimbos, e pagamentos soltamos as amarras.

Logo que saímos subi a vela grande, ou melhor, tentei subir a vela grande, mas não conseguia fazer o top passar da 2ª cruzeta. Depois de algumas tentativas frustradas consegui ver que um dos parafusos que fixam o trilho da vela grande ao mastro havia saído um pouco e impedia o carrinho da vela de passar daquele ponto. Como o vento estava fraco mesmo, decidi baixar a vela e motorar até Piriápolis.

Foi um trecho muito chato, as ondas remanescentes do dia anterior eram picadas e muito desencontradas, pois batiam contra a costa e voltavam, fazendo a viagem bastante desconfortável mesmo para um barco pesado como nosso. Logo aconteceu o que eu temia, minha esposa começou a ficar um pouco mareada e então se deitou no convés. Com os olhos fechados. Ofereci um Dramim, mas ela disse que não precisava e que ficaria bem.

Passado mais um tempo ela disse que um Dramim não seria má ideia. Fui procurar o remédio e não encontrava. Sabia que tinha trazido na viagem. Fiz a maior bagunça no barco, tirei tudo do lugar e não achei o raio do remédio, quando então me lembrei de que foi uma das ultimas coisas que trousse para o barco e estava na minha mochila, que tinha ficado no apartamento.

Resolvi apelar então e dei a ela um Plasil. Este é um remédio antivômito, caso ela tivesse vontade de vomitar, e também estava apostando no efeito placebo, caso fosse algo de natureza psicológica. Bem, funcionou. Ela não vomitou e foi sentindo-se melhor na medida em que nos aproximávamos de Piriápolis e as ondas diminuíram um pouco. Logo ela me perguntou: “que remédio você me deu? Não era Dramim, pois não me senti da mesma forma que eu me sinto quando tomo Dramim.” Fui obrigado a confessar o meu esquema...

O bom é que ela aguentou muito bem e até gostou da experiência. Fiquei muito orgulhoso da minha Almirante. Preciso salientar que eu sou o Capitão da nau. Tomo todas as decisões a bordo e estou sempre certo. Minha esposa é a Almirante, pois ela é quem diz se posso ir a bordo ou não....

A viagem demorou duas hora e meia e chegando a Piriápolis atracamos ao Lado do Paratii que está já no fim de sua Temporada naquele porto. Depois de toda a burocracia novamente, Também encontramos velhos amigos, como o Alejandro da SAMS, o pessoal do Cocolo, o Gaucho, a Elisa e fizemos amizade com o Igor, nosso vizinho que é o atual capitão do famoso Paratii do Amir Klink.

Piriápolis é uma cidade de veraneio bastente bucólica. Muito diferente de Punta del Este e menos badalada. Contudo tem um porto bem mais voltado para veleiros doque para "ver e ser visto". Lá encontra-se veleiros do mundo todo. Normalmente estão a caminho da Pataônia e cabo Horn, ou voltadno de lá. Também é um bom porto de partida para Africa do Sul.







Há restaurantes muito bons a preços razoáveis. Nada no Uruguai está muito barato hoje em dia. Aproveitamos para comer no Don Quijote um restaurante muito bom que só abre de novembro até o feriado da Pascoa. A brotola é muito boa mas eu recomendo a paella, que é a melhor que eu já comi. Só é servida de 5a a domingo, e é bom chegar ao meio dia, pois se demorar muito já não vai ter mais.

O barco ficará em Piriápolis até que voltemos.




A cima: Paella;
A esquerda: Brotola Grelhada.

2 comentários:

  1. Piriápolis é simplesmente sensacional! Entre Jan. e Fev. de 2011 eu e minha esposa rodamos 4.000 Km pelo litoral Uruguayo desde o Chuy até Colônia (fomos por terra em preparação para no futuro ir por água), conhecendo TODAS as praias.

    os dois melhores lugares, sem sombra de dúvida foram Piriápolis e Colônia. Se tivesse que escolher um local para morar no Uruguay, provavelmente seria nos arredores dessa cidade.

    na nossa passada de ida estava chegando um veleiro de 60-e-tantos pés de um projeto australiano de educação ecológica de jovens (não vou recordar o nome agora); seu destino era o Cabo Horn.

    na passada de volta um veleiro da áfrica do sul que havíamos previamente encontrado em Rio Grande e em la Paloma estava sendo retirado da água com o seu casco completamente destruído por ter encalhado (durante uma tormenta) na praia de pedras em fronte ao Puerto de Piriápolis.

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    1. Oi Atila,

      Eu conheci o veleiro Sul Africano. ele continua lá, mas nun galpão mais barato do que a Marina, aguardando para ser restaurado. Foi um estrago e tanto. Ancorar alí pode ser muito perigoso quando entra o Pampero.

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