O problema esta na nossa dependência destes instrumentos eletrônicos, que sem sombra de dúvidas, muito facilitam as nossas vidas. Recentemente, nos Estados Unidos houve interferência na transmissão de dados dos GPS causadas por uma freqüência de rádio muito próxima da freqüência utilizada pelos sistemas de GPS, causando pânico e protestos.
Isto mostrou uma das vulnerabilidades do sistema, e levantou a pergunta: Quem de nós ainda se considera apto a fazer navegação por estimativa, ou ainda pelo sol com uso de sextante?
O que fazer quando o GPS falha? Ou melhor, quando os eletrônicos falham?
Por isso é muito importante, de tempos em tempos fazer a navegação com uma alidade, a carta náutica de papel, réguas etc. afim de que não esqueçamos estas habilidades que a poucos anos atrás eram só o que tínhamos.
Também é importante saber quanto o barco deriva na orça e ter estes parâmetros anotados. Saber considerar correntes, principalmente no mar aberto é outro fator importante. Em especial velejadores dos mares do Sul do Brasil que enfrentam correntes muito fortes entre o Rio Grande e Florianópolis, seja com vento Nordeste, ou Sul. Estes parâmetros podem ser observados facilmente quando se usa o GPS. Basta apenas anotar para uma eventualidade futura.Recentemente a Regata Marion (USA) to Bermuda contou com oito barcos na categoria de 50 pés que navegaram sem auxilio de GPS, usando apenas navegação celestial e por estimativa. Todos chegaram sem problemas.
Aqui vai uma dica importante para calcular a velocidade de um barco, quando não se tem instrumentos:1o. Larga-se uma lasca de madeira, rolha, ou qualquer outo artefato que flutue na proa do barco, como mesmo em movimento, e marca se o tempo que este objeto demora para cruzar a linha da popa do barco.
2o. Aplicando este tempo observado a formula abaixo, pode-se calcular a velocidade do barco.
Calculando a velocidade de um barco:
Velocidade = 60 (seg/min) X 60(min/Hor) X comprimento do barco em pés / 6076,1(pés/Mil naut) X tempo (seg)
No caso do Bella Mar, já tenho a formula reduzida a seguinte forma:
V=(3600X45)/(6076,1X T)
V=26,6618/ T
Isto pode ser muito útil, e mantido no livro de bordo.
Vale à pena testar estas técnicas. Nunca sabemos quando vamos precisar delas.
Ricardo, Boa questão esta.
ResponderExcluirMuitos barcos modernos não contam mais com mesa de navegação. Ou tem uma pequena e desmontável.
Quando velejei em mar aberto pela primeira vez, com Dr. Amorim, no molecão, vi que faziam a navegação constantemente. Adotei este padrão, mesmo dentro da Baia da Ilha Grande. Anos atrás, ainda velejando de O´day, só eu e minha filha com 4 anos de idade, fomos pegos por uma forte chuva com vento, com pouca visibilidade. O GPS parou de funcionar, mas eu tinha plotado na carta nossa posição. Durante uma hora consegui uma derrota livre com a bússula.
Abraços,
Alexandre