O Pig e a Tita me convidaram para ajudar a levar o veleiro Blues de Rio Grande a Florianópolis, um . Um Bruce Roberts de 46´ feito em aço, com cockpit central e muito confortável, mas que nunca havia sido testado no mar.
As previsões marcavam condições favoráveis para o domingo, com a entrada da frente na madrugada deste. Assim fui para Rio Grande no sábado. Dormimos cedo, mas as 3:00 já eu estava acordado, pois notei que o vento havia mudado. Já soprava um Oeste. Acordei a tripulação que ainda contava com o Rafael Sperb, da Associação Náutica de Itajaí.
Saímos com calma e as 5:30 já da barra de Rio Grande velejávamos a 6 nós. O vento foi aumentando, sempre na direção favorável ( W, SW), mas com ondas ainda desencontradas. Como passar do tempo, as ondas foram se alinhando e a velejada foi ficando mais confortável.
Outro fator que ajudava era a velocidade do vento que aumentava, e por volta das 20hs o barco já estava fazendo 9 nós chegando a 14 nós em algumas planadas. Muito bom considerando o peso do barco que carregado chega perto de 18 ton. Logo fomos forçados a reduzir os panos e estávamos com a vela grande na 2ª forra e a trinqueta somente.
Por volta das 22:30 já estávamos passando pela bóia em Tramandaí. O barco continuava muito rápido e a medida que as ondas aumentavam, as planadas eram mais constantes.
Fizemos mais de 200 milhas em 24 horas, e o moral estava alto. A Tita, que sempre enjoa, estava bem, e o Pig só havia alimentado os peixes uma vez, mas recuperou-se em seguida. O Rafael, que é oceanógrafo e também entende muito de navegação eletrônica, cuidava da navegação com o Pig. Mas ele tinha outra boa qualidade a bordo. Ele é um exelente cozinheiro, a Tb estávamos bem alimentados.
Já na segunda feira, começaram as chamadas gerais, ... Ressaca para área Alfa, ... Ondas de 2 a 3 metros para área Alfa, ... Ondas de 4 a 5 metros para área Alfa... e assim foi. O Vento chegou aos 38 nós e as ondas ficaram na média de 4 a 5 metros, com as máximas sem torno de 10 metros. Estas maiores quebravam por cima do barco, e chegavam a inquiná-lo uns 30 graus para frente. Velejamos só com a trinqueta e o barco mantinha a velocidade entre 9 e 11 nós. Parecia uma montanha Russa! A popa com fundo chato e a quilha de pouco calado e longa e ligada ao skeg no leme ajudaram bastante na estabilidade do barco com o vento a favor.
Chegamos na barra da Baia Sul de Florianópolis antes das 4:00. Contudo, devido as grandes ondas que quebravam na barra sul decidimos seguir direto a Porto Belo. Onde atracamos com sol num perfeito dia de outono.
Foi uma velejada perfeita, uma prova de fogo para o barco, o Pig e a Tita, que todos passaram muito bem.
Aos mais incredulos, com relação as condições de mar e vento, chequem o site do Programa PNBOIA - Bóia de Santa Catarina WMO 31374 ARGOS 69150 a baixo: copiem o link e colem no navegador.
https://www.mar.mil.br/dhn/chm/meteo/prev/dados/pnboia/boia_sc.htm
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